domingo, 29 de julho de 2018

DESABAFO

Dor, cada um com a sua

Ninguém tem como medir a dor do outro, quando contamos algo desagradável a alguém, muitas vezes esse alguém diz "a mais eu" e conta algo de maior tristeza que a sua, por exemplo: estou com uma dor no meu dedinho e o outro já fala: tenho dores em todos os dedos! Cada um tem sua tolerância a dor, seja qual ela for.
Não estamos numa competição de dor, é só um desabafo, o melhor que tem a fazer,  é ouvir, não faça perguntas, as respostas também vão doer. Quando verbalizamos algo que nos entristece é como se tudo aquilo viesse novamente. Muitas vezes as pessoas mais próximas de nós acreditam que devem perguntar, porque tem que saber, como? aonde? quem?...se o outro quiser falar, Ok.  Não vamos "futucar" a ferida!
As pessoas que me conhecem sabem que gosto de listas, então lá vai !
Não sei o que é confiar em alguém plenamente, sei o que é perder a confiança plena que eu tinha em alguém
De certo em minha vida deixei de lado pessoas que tinham um afer por mim, mas nunca fiz média com ninguém, sempre fui muito clara e objetiva referente a tudo. Gosto, não gosto, quero, não quero.
Sei como é esperar uma pessoa e essa nunca chega.
Não sei qual é o tamanho da dor de perder pai ou mãe, porém sei como doe não saber deles.
Também não me  imagino ficar sem meus irmãos, eles dificilmente me procuram, têm uma agenda cheia, sim as vezes eu os procuro. Como já ouvi, "a distância é a mesma".
Eu não sei a dor de enterrar um filho, sei  da opção por não te-lo.
Não sei o que é ser madrinha de casamento, sei o que é ser madrinha no civil ..."é, o que tem pra hoje".
Sei o que é desejar um gesto, uma palavra do outro e não receber.
Tenho um amigo, o Luciano ele cansou de me falar: "Gra não espere que o outro tenha as mesmas atitudes que você teria!". Sabe as vezes não é a atitude,  é o carinho, a consideração, educação, mas ok, a fila anda.
Certa vez perguntei de uma pessoa para meu irmão Vitório e ele me disse: "pra quê vou dar prioridade pra ela se não sou prioridade?"
Dar prioridade é bem diferente de ser politica, ser educada.
Por fim , a dor não passa, ela fica lá muitas vezes quietinha, tímida com vergonha de estar ali, doida pra fugir do peito e bem ou mal nós nos acostumamos com ela. Sei que faz parte da nossa evolução, mas doe como todo crescimento. Desapegar dela é quase um exercício diário!                                       
                                                              Graziela Continelli



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